Simples
O que me aconteceu foi algo de extraordinário. Uma mulher passou por mim e, não, esperem, não estou a contar a estória como deve ser. Tenho que começar do início. Acordei, um dia perfeito de sol e brisa e aquele cheiro a Outono que nunca consigo descrever. Depois de me ligar à Internet para verificar que a média de visitas diárias ao meu Blog aumentou para três, decidi ir dar uma corrida ao Central Park. Não é algo que faça todos os dias. É o que gosto de chamar de exercício esporádico, ataques de consciência, a ilusão de que alguma vez vou conseguir ter uma vida saudável, seja lá o que isso significa. Vesti a minha t-shirt com a frase “Chicks Dig Me” estampada na frente, uma meia azul e outra vermelha (nunca consigo encontrar os respectivos pares) e os calções que utilizava quando jogava nos juniores da Portela no tempo em que o Sporting nunca ganhava o campeonato. Não me dei ao trabalho de pentear e a barba de dois dias confundia-se com os pelos que saltam do peito. Estava com o meu pior aspecto, admito, mas ia correr, pelo amor de Deus, não almoçar fora ou encontrar-me com alguém. Sai de casa e andei até ao local onde faço exercício, uma pista que percorre todo o Reservatório J. Onassis, uma distância com pouco mais de dois quilómetros. Tenho este hábito idiota de atrasar o passo, tentar adiar até ao limite o momento em que me sinto obrigado a brincar aos atletas. Foi quando estava quase a chegar - a minha mente ocupada a pensar em textos, contos, crónicas, argumentos, peças de teatro – que aconteceu, que aconteceu algo de extraordinário. Aquela mulher passou por mim. Parecia uma estrela de cinema porque escondia a face com a ajuda de óculos escuros e boné de basebol, como os actores sempre fazem. Na mão direita, segurava um leitor de CDs portátil. E o que fez foi tão inesperado que agora, algumas horas depois, escrevo sobre ela. Ali, em Central Park, perante um tipo com mau aspecto, t-shirt idiota e meias trocadas, deu-se ao trabalho de tirar os ascultadores e dizer: “Hi”.
O que me aconteceu foi algo de extraordinário. Uma mulher passou por mim e, não, esperem, não estou a contar a estória como deve ser. Tenho que começar do início. Acordei, um dia perfeito de sol e brisa e aquele cheiro a Outono que nunca consigo descrever. Depois de me ligar à Internet para verificar que a média de visitas diárias ao meu Blog aumentou para três, decidi ir dar uma corrida ao Central Park. Não é algo que faça todos os dias. É o que gosto de chamar de exercício esporádico, ataques de consciência, a ilusão de que alguma vez vou conseguir ter uma vida saudável, seja lá o que isso significa. Vesti a minha t-shirt com a frase “Chicks Dig Me” estampada na frente, uma meia azul e outra vermelha (nunca consigo encontrar os respectivos pares) e os calções que utilizava quando jogava nos juniores da Portela no tempo em que o Sporting nunca ganhava o campeonato. Não me dei ao trabalho de pentear e a barba de dois dias confundia-se com os pelos que saltam do peito. Estava com o meu pior aspecto, admito, mas ia correr, pelo amor de Deus, não almoçar fora ou encontrar-me com alguém. Sai de casa e andei até ao local onde faço exercício, uma pista que percorre todo o Reservatório J. Onassis, uma distância com pouco mais de dois quilómetros. Tenho este hábito idiota de atrasar o passo, tentar adiar até ao limite o momento em que me sinto obrigado a brincar aos atletas. Foi quando estava quase a chegar - a minha mente ocupada a pensar em textos, contos, crónicas, argumentos, peças de teatro – que aconteceu, que aconteceu algo de extraordinário. Aquela mulher passou por mim. Parecia uma estrela de cinema porque escondia a face com a ajuda de óculos escuros e boné de basebol, como os actores sempre fazem. Na mão direita, segurava um leitor de CDs portátil. E o que fez foi tão inesperado que agora, algumas horas depois, escrevo sobre ela. Ali, em Central Park, perante um tipo com mau aspecto, t-shirt idiota e meias trocadas, deu-se ao trabalho de tirar os ascultadores e dizer: “Hi”.
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