terça-feira, novembro 08, 2005

(Auto-Terroristas - continuação)

Quando olhamos para um monitor, se mantermos as pálpebras abertas durante cinco minutos, as letras começam a mover-se. A génese de uma massa negra gigante. Tudo é lógico quando visto ao pormenor, dividido em pontos e linhas e números, uns e zeros, organismos dentro de organismos dentro de organismos, emoções desconstruídas, o falecimento da espontaneadade. Talvez seja por isso que não uso óculos. O romancismo está no desfocado, a definição como inimiga da utopia. Gosto daquilo que não entendo. Como esta mensagem.

Nada espera por ti. As coisas mudam, mesmo que estejas sentado. Aposto que, quando carregaste nesse botão esquerdo do rato, nunca imaginaste que isto iria acontecer.

No século vinte e um, o passado tem acesso ao correio electrónico. Os novos fantasmas são digitais. Tudo o que fizemos, quem conhecemos, corre livre entre linhas de telefone, cabos ópticos, redes redis, modens de luzes verdes e vermelhas como semáforos. Os técnicos informáticos são os nossos psicanalistas. O que queremos esconder, o que não conseguimos confessar, está disponível a milhões de cibernautas. Padres da Igreja da Informação.

Vou-me encontrar com ela. Existe algo de irresistível em alguém que ainda se lembra de mim
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