It's been a long time, baby
A: Há muito tempo.
O: Pois, eu sei.
A: O que é que tens feito?
O: Isto e aquilo.
A: Isto e aquilo?
O: Sim.
A: Consegues ser mais específico?
O: (encolhe os ombros) Tu sabes.
A: Não, não sei.
O: Tenho escrito.
A: O quê?
O: Coisas.
A: Coisas?
O: Sim.
A: Que tipo de coisas?
O: Sei lá. Poemas.
A: Poemas?
O: Sim.
A: Tens escrito poemas?
O: Sim, tenho.
A: Não achas que poemas são muito século XIX?
O: Achas?
A: Diz-me um.
O: O quê?
A: Diz-me um poema, desses que tens escrito.
O: Agora?
A: Sim.
O: Os poemas não se dizem assim, sem mais nem menos. Recitam-se poemas, não se dizem poemas. Percebes a diferença?
A: Ok, então recita-me um poema.
O: Agora?
A: Sim.
O: "As bombas caem do céu, cobertas pela impunidade dos Deuses..."
A: "As bombas caem do céu, cobertas pela impunidade dos Deuses..."?
O: Sim.
A: É este o teu poema?
O:Ainda há mais. "Homens sem casa, que ganham a vida com copos de papel vazios mas continuam sem comer, porque aprenderam que é possível sobreviver apenas com oxigénio e whiskey".
A: Qual é a diferença?
O: Diferença?
A: Sim. Qual é a diferença entre recitar e dizer um poema?
O: Não sei.
A: Fantástico.
O: É assim tão importante?
A: É. É assim tão importante.
O: Porquê?
A: Porque não te via há mais de seis meses. E tudo o que tens para me mostrar é um poema que nem sequer sabes recitar.
O: Eu gosto do meu poema.
A: Não é essa a questão.
(um segundo de silêncio)
O: Sou a pior pessoa do mundo?
A: Não sei. Mas és certamente a pior pessoa que conheço.
(novo segundo de silêncio)
O: E tu, o que é que tens feito?
A: Nada.
O: Nada.
A: Sim, nada. Passo os dias a perder tempo. Mas hoje era suposto ser diferente. Quando acordei, decidi que ia fazer alguma coisa. Mas olha para mim. Cá estou eu, a fazer nada outra vez. Achas mesmo que é possível sobreviver apenas a oxigénio e whiskey?
O: Não sei.
A: Não era tão bom se fosse?
A: Há muito tempo.
O: Pois, eu sei.
A: O que é que tens feito?
O: Isto e aquilo.
A: Isto e aquilo?
O: Sim.
A: Consegues ser mais específico?
O: (encolhe os ombros) Tu sabes.
A: Não, não sei.
O: Tenho escrito.
A: O quê?
O: Coisas.
A: Coisas?
O: Sim.
A: Que tipo de coisas?
O: Sei lá. Poemas.
A: Poemas?
O: Sim.
A: Tens escrito poemas?
O: Sim, tenho.
A: Não achas que poemas são muito século XIX?
O: Achas?
A: Diz-me um.
O: O quê?
A: Diz-me um poema, desses que tens escrito.
O: Agora?
A: Sim.
O: Os poemas não se dizem assim, sem mais nem menos. Recitam-se poemas, não se dizem poemas. Percebes a diferença?
A: Ok, então recita-me um poema.
O: Agora?
A: Sim.
O: "As bombas caem do céu, cobertas pela impunidade dos Deuses..."
A: "As bombas caem do céu, cobertas pela impunidade dos Deuses..."?
O: Sim.
A: É este o teu poema?
O:Ainda há mais. "Homens sem casa, que ganham a vida com copos de papel vazios mas continuam sem comer, porque aprenderam que é possível sobreviver apenas com oxigénio e whiskey".
A: Qual é a diferença?
O: Diferença?
A: Sim. Qual é a diferença entre recitar e dizer um poema?
O: Não sei.
A: Fantástico.
O: É assim tão importante?
A: É. É assim tão importante.
O: Porquê?
A: Porque não te via há mais de seis meses. E tudo o que tens para me mostrar é um poema que nem sequer sabes recitar.
O: Eu gosto do meu poema.
A: Não é essa a questão.
(um segundo de silêncio)
O: Sou a pior pessoa do mundo?
A: Não sei. Mas és certamente a pior pessoa que conheço.
(novo segundo de silêncio)
O: E tu, o que é que tens feito?
A: Nada.
O: Nada.
A: Sim, nada. Passo os dias a perder tempo. Mas hoje era suposto ser diferente. Quando acordei, decidi que ia fazer alguma coisa. Mas olha para mim. Cá estou eu, a fazer nada outra vez. Achas mesmo que é possível sobreviver apenas a oxigénio e whiskey?
O: Não sei.
A: Não era tão bom se fosse?
2 Comments:
entao es tu ke fazes os textos inteligentes do PICA!!
e ke te apresentas como mattgroening!!
akela do oxigenio e do whiskey denunciou-te!!
`às vezes, o que eu te entendo. porque é desististe disto?
pp
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